sexta-feira, 9 de março de 2012

A educação no século da malvadez neoliberal


Estou próximo de completar 20 anos na educação pública de PE, como concursado. Há mais tempo estou na rede, desde 1986, como estagiário e temporário. Em todo esse período, nunca vi situações adversas à categoria semelhantes às atuais: fusão arbitrária de turmas, extinção de turnos, fechamento de escolas, expulsão literal de professores concursados de suas unidades, controle dos cargos de gestores através de nomeações "pró-tempore" descaradas, antidemocráticas. Um golpe! Assédio moral contra professores indefesos, um sindicato assimilado pelo poder oficial.;"apartheit" dentro das escolas, com merendas diferenciadas para estudantes e salários desiguais no magistério para o mesmo cargo. Uma política de rede burocrática, amparada em uma concepção de meritocracia pretensiosa que em nada contribui para o desenvolvimento efetivo da escola pública, muito menos para uma pedagogia freireana de inclusão social e valores humanísticos, integrais também, porquanto não contempla o corpo saudável, através da prática sistemática do desporto oficial. Nem quadra temos para isso! Um escândalo.
A conquista que ora vislumbramos, através de um sindicato específico de professores, é um sonho ousado e um brado de revolta contra esse 'status'. Chega de opressão e descaso com os nossos direitos. Somos formadores de opinião, não ficaremos a reboque de nenhuma ideologia fatalista contrária a nossa felicidade.  No mínimo, queremos uma voz forte que grite por nós. Uma ação corajosa em nossa defesa, um jurídico atuante que defenda as nossas questões contra o governo. Enfim, sonhamos com uma escola livre, sem a opressão que tem marcado drasticamente nossa vida na profissão que abraçamos. Não aceitamos, em hipótese alguma, a legitimação da culpa repassada a nós professores, por mazelas  recorrentes deste sistema cruel. Na verdade, os tecnocratas nos impõem suas ideias antipedagógicas e ainda lucram muito sobre o nosso sofrimento. "Ai de nós educadores, se deixarmos de sonhar sonhos possíveis..."  Um fraterno abraço!
Prof. Laércio Gomes

2 comentários:

  1. Ao invés de ficar reclamando da vida e de colocar a culpa nos outros, vá procurar um emprego que lhe pague um salário melhor e lhe ofereça uma condição melhor de trabalho.

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  2. A questão aqui não é pessoal. É conjuntural. Paulo Freire, na sua Pedagogia da Autonomia, declarava "Daí a crítica permanentemente presente em mim à malvadez neoliberal, ao cinismo de sua ideologia fatalista, e a sua recusa inflexível ao sonho e à utopia". Deixei uma sociedade de representação comercial rentável no Recife, espontaneamente, para exercer o magistério. Não me arrependo. Com meu trabalho honesto, tenho uma vida financeira estável. Ms não me calo diante do descaso com a educação. Estou balizado na C.F. Critico e me exponho. Lamento a sua falta de coragem em fazer um debate ético. Sou motivado com meus alunos. Eles gostam do meu trabalho e eu os amo. Aperfeiçoe seu caráter. Discorde com respeito!

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