sábado, 3 de setembro de 2016

Lições do Impeachment:

            Como findam as amizades, os relacionamentos pessoais, assim também seguem algumas alianças políticas. Collor confiou em Itamar, que confiou em Fernando Henrique. Lula confiou em Cristovam Buarque, em Marina Silva, em Eduardo Campos, em Dilma. A presidente impedida apresentou à nação seu vice, em campanha, como homem detentor de todos os adjetivos valorosos a ele atribuídos.  
            Deu no que se sabe. Os ‘traíras’ estouraram a conta. Mais uma vez, vai sobrar para o trabalhador. E por falar em 'confiança' e amizade de 'onça', o ex-presidente Fernando Colllor de Melo disse ter advertido Dilma sobre o risco de impeachment. Ele entende disso. Dos dois temas. Seu ex-amigo e falecido, PC Farias, o soube muito bem. O apoio do nobre senador ao governo petista durou até o dia da votação no Senado. Como as águas rolam, e no capricho natural do destino, as pedras se encontram: Collor vs o petismo, 2ª parte: 1 a 1. Por isso, Renan Calheiros, presidente do Senado, experimentado na mandala política("Renangate", Mõnica Veloso, etc.), amenizou o tom: "É desumano, além da queda, dar o coice." Sobrou para o burro. E por falar em bicho, nós nos insultamos com nomes de animais: anta, besta, cobra, égua, frango, galinha, urubu... Até parece que eles são os maus, e nós os bons. Mas, se aqueles falassem, a humanidade ficaria uma arara. Rogério Magri, então ministro de Collor, flagrado em crime de lesa-pátria, socorrendo seu cão numa ambulância pública, protestou: "O cachorro é um ser humano." Pobre animal, literalmente falando.  

            Em A Revolução dos Bichos, de George Orwell, os porcos se aliaram aos fazendeiros, traíram as espécies. Só que nesse gênero literário, animais representam pessoas. Neste cenário, se o cão é o melhor amigo do homem, imaginem o inimigo!

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